O SOFRIMENTO DE JESUS


O SOFRIMENTO DE JESUS


Trecho da entrevista de Lee Strobel com Dr. Alexander Metherell, M.D., Ph.D. (esta entrevista está no livro em Defésa de Cristo de Lee Strombel)

A agonia da cruz


Por mais desagradável que fosse a descrição do açoitamento, eu sabia que um testemunho ainda mais  repugnante estava por vir. Os historiadores são unânimes em dizer que Jesus sobreviveu à flagelação
daquele dia e foi até a cruz — onde o processo era fatal. Em nossos dias, quando criminosos são imobilizados e executados com injeções de veneno, ou por meio de choque elétrico, ou com um tiro na nuca, as circunstâncias estão todas sob controle. A morte vem de modo rápido e previsível. Médicos acompanham e certificam cuidadosamente a morte da vítima. Bem próximas, testemunhas avaliam tudo do começo ao fim.

Lee Strobel:
No entanto, que certeza se tinha da morte por essa forma cruel, lenta e bastante inexata de execução chamada crucificação? Na verdade, a maioria das pessoas não sabe como a cruz mata suas vítimas. E sem um médico preparado para atestar oficialmente que Jesus morrera, poderia ele ter passado pela experiência, brutalizado e ensanguentado, mas ainda vivo? Comecei a desembrulhar esses assuntos.— O que aconteceu quando Jesus chegou no lugar da crucificação? — perguntei.

Alexander Metherell:
— Ele deve ter sido deitado de costas, para que suas mãos pudessem ser pregadas em posição estendida na viga horizontal. Essa viga era chamada patibulum, até então separada da viga vertical, que estava fixada no chão de modo permanente.

Lee Strobel:
Eu tinha dificuldades para visualizar isso; precisava de mais detalhes.
— Pregado com quê? — perguntei. — Pregado onde?

Alexander Metherell:
— Os romanos usavam pregos grandes, com cerca de 15 centímetros, bem afiados. Com eles, atravessavam os pulsos — Metherell disse, indicando uns dois dedos abaixo do seu pulso.

Lee Strobel:
— Espere aí — interrompi. — Eu pensava que os pregos haviam furado suas mãos. Isso é o que mostram todas as pinturas. Na verdade, essa se tornou uma maneira padrão de representar a crucificação.

Alexander Metherell:
— Não, eles atravessavam os pulsos — Metherell repetiu. Essa era uma posição firme que prendia a mão. Se os pregos furassem apenas a palma da mão, o peso do corpo a rasgaria e ele teria caído da cruz. Por isso perfuravam os pulsos, que eram considerados parte da mão, na linguagem da época. E é importante entender que o prego atravessava o lugar por onde passa o nervo central. Esse é o maior nervo que vai até a mão, e era esmagado pelo prego.

Lee Strobel:
Como eu só tenho um conhecimento rudimentar da anatomia humana, não tinha certeza se havia entendido. — Que tipo de dor isso teria causado?

Alexander Metherell:
— Deixe-me dizê-lo da seguinte maneira. Você conhece o tipo de dor que sente quando bate o cotovelo e leva um "choque"? Na verdade, você acertou um nervo, chamado ulna. A dor é muito grande quando você o acerta em cheio. Bem, imagine este nervo sendo apertado e esmagado por um alicate — ele disse, enfatizando a palavra apertado enquanto girava na mão um alicate imaginário. — A sensação seria semelhante à que Jesus experimentou.

Lee Strobel:
Estremeci diante da idéia e me encolhi na cadeira.

Alexander Metherell:
— A dor era totalmente insuportável — Metherell continuou. — Na verdade, ela está além da descrição por palavras. Foi necessário inventar uma nova palavra: dor excruciante. Essa palavra significa literalmente "da cruz". Veja só: foi necessário criar uma nova palavra, porque não havia nenhuma na língua que pudesse descrever a angústia terrível provocada pela crucificação. Depois de ter as mãos pregadas na viga transversal, Jesus foi erguido para que esta pudesse ser colocada sobre a viga vertical, e seus pés foram pregados nesta. Também os nervos dos pés foram esmagados, e a dor era semelhante à das mãos.

Lee Strobel:
Nervos esmagados e cortados certamente causavam dor suficiente, mas eu precisava saber que efeito o fato de estar pendurado teria sobre Jesus. — O que essa posição causa ao corpo?

Alexander Metherell:
Metherell respondeu: — Em primeiro lugar, os braços ficam imediatamente esticados, os ombros saem do lugar, as juntas se distendem 15 centímetros. Dá para calcular isso com equações matemáticas simples. — Isso cumpriu a profecia do Antigo Testamento, Salmos no salmo 22, que predisse a crucificação de Jesus séculos antes de ela ocorrer: "Todos os meus ossos estão desconjuntados".


A causa da morte


Lee Strobel:
Metherell conseguira mostrar — quase visivelmente — o grande sofrimento suportado até o início do processo de crucificação. Mas eu precisava saber o que tira a vida de uma vítima desse modo de execução, porque essa é a questão crucial para determinar se uma morte pode ser encenada ou falsificada. Por isso coloquei a questão da causa da morte de modo direto para Metherell.

Alexander Metherell:
— Uma vez que a pessoa está pendurada em posição vertical — esclareceu ele —, a crucificação é, em essência, uma lenta agonia até a morte por asfixia. A razão para isso é que a tensão dos músculos e do diafragma deixa o peito na posição de inalar. Para exalar, a pessoa tem de firmar-se sobre os pés, para aliviar por um pouco a tensão dos músculos. Ao fazer isso, o prego rasga o pé, até se prender contra os ossos do tarso. Depois de conseguir exalar, a pessoa pode relaxar e inalar novamente.
Depois tem de empurrar-se novamente para cima, para exalar, esfregando suas costas esfoladas contra a madeira áspera da cruz. Isso se repete até que a exaustão total toma conta, e a pessoa não consegue mais se erguer para respirar. Ao diminuir a respiração, ela entra no que é chamado acidose respiratória: o dióxido de carbono no sangue é dissolvido em ácido carbônico, fazendo a acidez do sangue aumentar. Isso faz o coração bater de modo irregular. Quando seu coração começou a bater
irregularmente, Jesus deve ter entendido que estava chegando a hora da morte, e disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Depois morreu de ataque cardíaco.

Lee Strobel:
Essa foi a explanação mais clara que eu já ouvira da morte por crucificação; Metherell, porém, ainda não tinha terminado. 

Alexander Metherell:
— Um pouco antes de morrer, e isso também é importante, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar, resultando no
acúmulo de líquido na membrana em torno do coração, chamado efusão pericardial, bem como em torno dos pulmões, chamado efusão pleural.

Lee Strobel:
— Por que isso é importante? — eu quis saber.

Alexander Metherell:
— Por causa do que aconteceu quando o soldado romano se aproximou e, tendo quase certeza de que Jesus estava morto, confirmou a morte enfiando uma lança em seu lado. Provavelmente foi o lado direito; não temos certeza, mas pela descrição deve ter sido, entre as costelas. Ao que parece, a lança atravessou o pulmão direito e o coração, e, quando foi tirada, saiu um líquido — a efusão que mencionei. Esse líquido tem aparência transparente, como água, e é seguido de um grande volume de
sangue, como João, testemunha ocular, descreveu em seu evangelho.
João provavelmente não fazia nenhuma ideia da razão por que vira sangue e esse líquido transparente fluir. Certamente não era o que uma pessoa sem formação como ele poderia esperar. Mas sua descrição é coerente com o que a medicina moderna esperaria que acontecesse. A princípio, isso parecia dar credibilidade a João como testemunha ocular; todavia, podia haver uma grande fraude em tudo isso.

Lee Strobel:
Abri minha Bíblia e virei as páginas até achar João 19.34. — Espere um minuto, doutor — protestei. — Lendo com atenção o que João disse, vemos que ele viu sair "sangue e água": ele pôs as palavras intencionalmente nessa ordem. Porém, segundo o que o senhor disse, o líquido transparente teria saído primeiro. Portanto, temos uma discrepância importante aqui.

Alexander Metherell:
Metherell sorriu levemente. — Não sou um estudioso do grego — ele respondeu —, porém, de acordo com pessoas que são, a ordem das palavras no grego antigo não era determinada necessariamente pela seqüência dos fatos, mas por sua importância. Isso quer dizer que, como houve bem mais sangue do que água, para João faria sentido mencionar o sangue primeiro. Tive de concordar, mas anotei mentalmente o lembrete de verificar isso mais tarde. — A essa altura, qual deveria ser a condição de Jesus? O olhar de Metherell cruzou com o meu. Ele respondeu com firmeza e autoridade: Não havia absolutamente dúvida de que Jesus estava morto.


Resposta aos céticos 


Lee Strobel:
A declaração do dr. Metherell pareceu-me bem comprovada pelas evidências. Mas havia mais alguns detalhes dos quais eu queria falar — bem como de um ponto fraco no relato dele que poderia minar a
credibilidade da narrativa bíblica. — O evangelho diz que os soldados quebraram as pernas dos dois
criminosos que foram crucificados com Jesus — eu disse. — Por que eles teriam feito isso?

Alexander Metherell:
— Se quisessem apressar a morte, e, com o sábado e a Páscoa se aproximando, os líderes judeus com certeza queriam acabar com tudo antes do pôr-do-sol os romanos usariam o cabo de aço de uma lança romana curta para partir os ossos inferiores das pernas das vítimas. Isso as impediria de empurrar-se para cima com as pernas para respirar, e a morte por asfixia ocorreria em questão de minutos. É claro, o Novo Testamento nos diz que as pernas de Jesus não foram quebradas, porque os soldados já tinham verificado que ele estava morto e apenas usaram a lança para confirmá-lo. Isso cumpriu outra profecia do Antigo Testamento sobre o Messias, de que seus ossos não seriam quebrados.

Lee Strobel:
Interrompi mais uma vez. — Algumas pessoas tentaram lançar dúvidas sobre os relatos dos evangelhos atacando a história da crucificação. Por exemplo, um artigo do Harvard Theological Review concluiu muitos anos atrás que há "surpreendentemente poucas evidências de que os pés de alguém que era crucificado fossem perfurados". Em vez disso, dizia o artigo, as mãos e pés da vítima eram amarrados à cruz com cordas. 110 O senhor não concorda que isso cria problemas de credibilidade para o relato do Novo Testamento? O dr. Metherell veio para a frente até ficar sentado bem na ponta da poltrona.

Alexander Metherell:
— Não, não acho — ele replicou — porque a arqueologia agora comprovou que o uso de pregos era comum naquela época apesar de admitir que às vezes se usavam cordas.

Lee Strobel:
— O que foi descoberto? — continuei.

Alexander Metherell:
— Em 1968, os arqueólogos encontraram em Jerusalém os restos mortais de cerca de 36 judeus que tinham morrido durante a revolta contra Roma por volta do ano 70 d.C. Uma das vítimas, cujo nome parece ter sido Yohanan, fora crucificada. Veja que encontraram um prego de 17 centímetros ainda enfiado em seu pé, com pedaços de madeira de oliveira da cruz ainda presos na ponta. Isso foi uma confirmação arqueológica excelente de um detalhe-chave na descrição da crucificação dos evangelhos. Um a zero, pensei.

Lee Strobel:
— Ainda outro ponto de discussão gira em torno da capacidade dos romanos em determinar se Jesus estava morto — acrescentei. —Era um tempo de conhecimentos médicos e anatômicos muito rudimentares; como podemos estar certos de que eles não se enganaram ao declarar que Jesus não vivia mais?

Alexander Metherell:
— Posso lhe garantir que esses soldados não frequentaram uma faculdade de medicina. Mas lembre-se de que eles eram especialistas em matar pessoas — esse era o trabalho deles, e o faziam muito bem. Eles sabiam sem sombra de dúvida quando alguém estava morto, e isso de fato não é tão difícil de determinar. Além disso, se de algum modo um prisioneiro escapasse, o soldado responsável era morto no lugar dele, o que lhe servia de grande incentivo para certificar-se com segurança de que cada vítima estava morta antes de ser retirada da cruz.


O último argumento


Lee Strobel:
Recorrendo à história e à medicina, à arqueologia e até às regras militares romanas, Metherell tinha fechado todas as saídas: Jesus não poderia ter descido vivo da cruz. Contudo, eu o levei ainda um pouco mais longe. — Existe alguma mínima possibilidade, uma mínima possibilidade, de Jesus ter sobrevivido a isso?

Alexander Metherell:
Metherell balançou a cabeça e apontou o dedo para mim enfaticamente. — De jeito nenhum — ele disse. — Lembre que ele já estava em choque hipovolêmico da grande perda de sangue mesmo antes de a crucificação começar. Ele não poderia ter fraudado a morte, porque você não pode representar que não está respirando por muito tempo. Além disso, a lança enfiada em seu coração teria resolvido a questão de uma vez por todas. Os romanos também não estavam a fim de arriscar a própria vida deixando Jesus sair vivo dali.

Lee Strobel:
— Então — arrematei — quando alguém lhe diz que o que aconteceu com Jesus não passou de um desmaio na cruz ...

Alexander Metherell:
— Eu lhe digo que isso é impossível. É uma teoria fantasiosa sem nenhuma base factual possível.

Lee Strobel:
Eu ainda não estava pronto para encerrar a questão. Correndo o risco de deixar frustrado o doutor, disse: — Vamos especular que o impossível tenha acontecido e que Jesus de algum jeito conseguiu sobreviver à crucificação. Digamos que ele conseguiu livrar-se dos panos em que estava enrolado, empurrar a grande pedra que foi colocada na entrada do seu túmulo e passar pelos soldados romanos que montavam guarda. Do ponto de vista médico, em que condição ele estaria quando foi encontrar seus discípulos?

Alexander Metherell:
Metherell não estava muito disposto a entrar na brincadeira. — Repito — enfatizou — que não há nenhuma possibilidade de ele ter sobrevivido à cruz. Mas, se tivesse, como poderia andar se seus pés  foram perfurados daquele jeito? Como poderia aparecer na estrada para Emaús, pouco depois, e andar uma longa distância? Como poderia usar seus braços depois que eles foram distendidos e deslocados nas juntas? Lembre-se de que ele também tinha grandes ferimentos nas costas e o peito furado pela lança. Ele fez uma pausa. Algo estalou em sua mente, e agora ele estava pronto para fazer uma afirmação final que cravaria uma estaca definitiva na teoria do desmaio. Era um argumento que ninguém conseguiu refutar, desde que foi levantado pelo teólogo alemão David Strauss, em 1835.
— Ouça. Alguém de aparência tão destruída jamais teria inspirado seus discípulos a sair e proclamar que ele é o Senhor da vida, que triunfou sobre o túmulo. Você entende o que estou dizendo? Depois de sofrer maus-tratos tão terríveis, com a perda de sangue catastrófica e o trauma, sua aparência seria tão deplorável que os discípulos jamais o teriam proclamado como o vencedor da morte; teriam ficado com pena dele e tentado cuidar dele até que recuperasse a saúde. Por isso, é um despropósito pensar que, se Jesus lhes apareceu nesse estado horrível, seus seguidores teriam se sentido motivados a começar um movimento mundial
baseado na esperança de que um dia teriam um corpo ressuscitado como o dele. Não há hipótese.


Uma questão para o coração


Lee Strobel:
De modo convincente e magistral, Metherell tinha defendido seu argumento sem deixar nenhuma dúvida razoável. Ele o fizera concentrando-se unicamente na questão "como". Como Jesus fora
crucificado de maneira a garantir de forma absoluta sua morte? Mesmo assim, quando terminamos, senti que alguma coisa estava faltando. Eu extraíra dele seu conhecimento, mas não tocara em seu coração. Por isso, quando levantamos para apertar as mãos, senti-me levado a fazer a pergunta do "por quê", que se fazia necessária. — Alex, antes que eu vá, deixe-me pedir sua opinião sobre algo.
Não sua opinião de médico, não sua avaliação científica, somente algo do seu coração. Senti que ele baixou um pouco a guarda.

Alexander Metherell:
— Está bem — ele assentiu. — Vamos tentar.

Lee Strobel:
— Jesus caminhou intencionalmente para os braços do seu traidor, não resistiu à prisão, não se defendeu no seu julgamento; está claro que ele se submeteu voluntariamente ao que o senhor descreveu como uma forma humilhante e excruciante de tortura. Eu gostaria de saber por quê.
O que poderia ter motivado alguém a concordar em padecer tal suplício? Alexander Metherell, desta vez o homem, não o médico, procurou pelas palavras certas.


Alexander Metherell:
— Francamente, não creio que uma pessoa comum teria feito isso — ele finalmente disse. — Mas Jesus sabia o que estava por vir, e se dispôs a passar por isso, porque essa era a única maneira de nos redimir: servindo como nosso substituto e sofrendo a pena de morte que nós merecemos pela rebelião contra Deus. Esse foi o motivo de sua missão ao vir à terra.

Lee Strobel:
Mesmo ao dizer isso, eu ainda podia sentir que a mente sempre racional, lógica e organizada de Metherell continuava a reduzir minha pergunta à mais básica e sólida resposta.

Alexander Metherell:
— Então, se você pergunta o que o motivou — ele concluiu, — bem... imagino que a resposta pode ser resumida numa só palavra: amor.

Lee Strobel:
Voltando para casa naquela noite, era essa resposta que voltava sempre à minha mente. Somando tudo, minha viagem à Califórnia tinha sido muito proveitosa. Metherell determinara de modo persuasivo que Jesus não poderia ter sobrevivido ao suplício da cruz, uma forma de crueldade tão vil
que os romanos isentavam dela seus cidadãos, exceto nos casos de alta traição.
As conclusões de Metherell concordavam com as descobertas de outros físicos que estudaram o caso a fundo. Entre eles está o Dr. William D. Edwards, cujo artigo, de 1986, no Journal of the American Medical Association concluiu: "Claramente, o peso das evidências históricas e médicas indica que Jesus estava morto antes que fosse feito o ferimento em seu lado [...]. Por essa razão, inferências baseadas na pressuposição de que Jesus não morreu na cruz estão em conflito com o conhecimento médico moderno". Aqueles que procuram dar outra explicação à ressurreição de Jesus afirmando que, de alguma forma, ele escapou das garras da morte no Gólgota precisam apresentar uma teoria que corresponda de modo mais plausível aos fatos. E depois têm de ponderar sobre a pergunta inevitável que se levanta diante deles: o que poderia ter motivado Jesus a entregar-se voluntariamente a tanta degradação e violência?

FONTE: Livro Em defesa de Cristo - Lee Strobel - Editora Vida